Nos últimos tempos, cada vez mais pessoas têm me procurado relatando um grande sofrimento por procrastinar e não conseguirem dar conta das demandas do dia a dia, como realizar uma tarefa do trabalho, estudar para uma prova, ler um livro ou até mesmo aproveitar momentos de lazer. Essa questão também surge frequentemente entre meus supervisionandos e supervisionandas, além de ser um tema recorrente nas redes sociais. Diante disso, proponho uma reflexão sobre o que pode estar por trás desse problema, com base na minha experiência como psicólogo clínico, supervisor, professor e pesquisador.
O que é procrastinação e por que ela nos faz sofrer?
Procrastinar significa adiar tarefas ou deixar algo para depois, o que pode gerar uma intensa cobrança interna e, consequentemente, sofrimento. Muitas vezes, o maior problema não é a atividade em si, mas sim a ruminação e o sentimento de culpa que surgem depois. É comum ouvir frases como: “Eu deveria ter feito isso antes!” ou “Por que sempre deixo tudo para a última hora?”. O ambiente ao nosso redor nem sempre contribui. Comentários como “Você se cobra demais” ou “Falta força de vontade” podem aumentar ainda mais a pressão.
O que nos leva a procrastinar?
A procrastinação está diretamente relacionada à forma como lidamos com o tempo e com as crenças que construímos sobre produtividade e sucesso. Vivemos em uma sociedade acelerada, onde sentimos que precisamos estar ocupados o tempo todo. Para muitas pessoas, procrastinar é quase um pedido de socorro do corpo e da mente, uma sinalização de sobrecarga.
Outro fator relevante é o impacto das redes sociais e dos smartphones, que podem nos levar a passar horas nesses espaços sem realizar algo significativo ou construtivo. Reduzir o uso do celular e diversificar as atividades de lazer tornou-se uma necessidade crescente no mundo atual. No ambiente digital, tudo acontece instantaneamente, e estamos cada vez menos habituados a esperar ou a lidar com o tédio. Esse ritmo frenético pode dificultar nossa capacidade de nos concentrarmos em tarefas que exigem dedicação prolongada.
Expectativas irreais e sobrecarga de tarefas
A procrastinação também pode estar relacionada a uma cobrança excessiva sobre nós mesmos. Nos envolvemos em diversas atividades ao mesmo tempo e sentimos que precisamos ser excelentes em tudo. Atualmente, parece que ser “mediano” não é mais aceitável. Além disso, muitas vezes nos dedicamos a tarefas que não fazem sentido para nós, consumindo energia com algo que não nos satisfaz. Mesmo quando a atividade tem valor para nossa vida, a exigência que colocamos sobre ela pode ser irreal para o nosso momento atual.
A procrastinação também pode estar relacionada a uma cobrança excessiva sobre nós mesmos. Nos envolvemos em diversas atividades ao mesmo tempo e sentimos que precisamos ser excelentes em tudo. Atualmente, parece que ser “mediano” não é mais aceitável.
Como lidar com a procrastinação?
Procrastinar não é apenas um hábito isolado, mas um reflexo da maneira como estamos vivendo. Para lidar com isso, é importante:
- Reconhecer nossos limites e ajustar nossas expectativas.
- Entender que não precisamos dar 100% o tempo todo.
- Avaliar nosso uso das redes sociais e do tempo de lazer.
- Questionar o sentido das atividades que realizamos.
- Praticar o autoconhecimento para compreender melhor nossos padrões de comportamento.
Se você sente que a procrastinação tem afetado sua qualidade de vida e deseja ajuda para lidar com isso, buscar apoio profissional pode ser um excelente caminho. Psicólogos e psiquiatras podem oferecer estratégias e intervenções adequadas para cada situação.
Este texto não tem a pretensão de ser um artigo acadêmico, mas sim uma reflexão baseada na minha experiência clínica para ajudar a compreender melhor esse problema tão comum nos dias de hoje.
Se você deseja ajuda para lidar com essa questão, entre em contato para que possamos auxiliá-lo a construir uma vida mais significativa.
Sobre Klessyo Freire
Klessyo Freire (CRP 06/209784) é psicólogo, psicoterapeuta e supervisor clínico, atuando online e presencialmente em São Paulo. Com formação em clínica fenomenológica-existencial (IFEN-RJ) e orientação de carreira (PUC-SP), é Doutor em Psicologia (UFBA) e Mestre em Educação. Além da prática clínica, coordena serviços de atendimento psicológico breve, atua como professor e pesquisador e é sócio-fundador da Rede Existências, escola de formação continuada em Psicologia.
📩 Contato:
📞 WhatsApp: (11) 91182-0481
📧 E-mail: [email protected]
📷 Instagram: @psi.klessyofreire
🌐 Site: www.drklessyofreire.com.br