Ansiedade

Na fronteira entre o normal e o patológico

ansiedade

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil tem a maior prevalência de transtornos ansiosos do mundo. Em 2023, cerca de 18,6 milhões de pessoas foram afetadas por esse problema. Apesar de o termo “ansiedade” ser bastante popular hoje, sua definição é complexa, dada a diversidade desse fenômeno (Carvalho, 2023; Colombo, 2020).

A ansiedade pode aparecer como comorbidade em diversos outros transtornos como a depressão e outros transtornos de humor. Além disso, é sintoma de várias doenças, como câncer, e de desregulações metabólicas e cardiológicas. A ideia de ansiedade como um transtorno autônomo é relativamente recente na psicopatologia, sendo reconhecida a partir da década de 1950, com a descoberta dos efeitos ansiolíticos dos benzodiazepínicos (Colombo, 2020).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil tem a maior prevalência de transtornos ansiosos do mundo. Em 2023, cerca de 18,6 milhões de pessoas foram afetadas por esse problema.

A ansiedade é caracterizada como uma antecipação e preocupação com eventos futuros. É uma reação emocional necessária para a vida, por exemplo, quando nos preparamos para uma prova ou uma entrevista de emprego. Ela cumpre um papel evolutivo importante, preparando o corpo para situações de relevância, com sintomas como sudorese e taquicardia (Colombo, 2020; López-Ibor e Zappino, 2019; Messas, 2021).

Mas o que diferencia a ansiedade normal da patológica? A patologia envolve medos e preocupações persistentes, que causam prejuízos significativos à vida da pessoa. Os transtornos de ansiedade variam conforme o evento ou objeto que desperta essa ansiedade (APA, 2023). O futuro se torna algo opaco e ameaçador, gerando uma sensação constante de aflição. Além disso, a ansiedade toca questões existenciais, como a dificuldade de lidar com a imprevisibilidade da vida e a própria finitude, bem como a daqueles ao nosso redor (Messas, 2021; Rodrigues, 2020).

É importante distinguir entre a ansiedade que faz parte da personalidade de alguém e aquela provocada por situações estressantes. Também precisamos considerar o ritmo frenético do mundo atual, em que somos constantemente cobrados a sermos multitarefas. Não à toa, pesquisas mostram como o uso excessivo de celulares e redes sociais pode ser prejudicial. Vivemos na sociedade da tarefa e do desempenho, sempre produzindo, muitas vezes sem parar para refletir sobre o que realmente faz sentido para nós (Colombo, 2020; López-Ibor e Zappino, 2019). Além disso, a falta de esperança no futuro contribui para essa crescente ansiedade no mundo moderno.

Não à toa, pesquisas mostram como o uso excessivo de celulares e redes sociais pode ser prejudicial. Vivemos na sociedade da tarefa e do desempenho, sempre produzindo, muitas vezes sem parar para refletir sobre o que realmente faz sentido para nós

Frequentemente se fala em “controlar a ansiedade”, mas o tratamento envolve mais do que isso. Lidar com a ansiedade implica aceitar que a vida é, por natureza, incontrolável. É preciso reconhecer nossos limites e aprender a viver o momento presente, aproveitando as possibilidades que nos são dadas agora. Em muitos casos, tanto o apoio de um psicólogo, com a psicoterapia, quanto a intervenção medicamentosa de um psiquiatra são necessários.

Portanto, é fundamental não tratar a ansiedade como tabu e buscar ajuda quando necessário. Muitas vezes, ela é minimizada como “besteira”, o que dificulta a busca por auxílio e a abertura para conversar sobre o problema. A ansiedade não é fraqueza; é uma questão séria que deve ser enfrentada por famílias, instituições e pela sociedade como um todo.

Eu trabalho com psicoterapia individual e para casais, atendendo diversos problemas psicológicos, incluindo a ansiedade. Tenho anos de experiência com esse público. Se tiver interesse, convido você a visitar meu site e conversar comigo pelo WhatsApp.

Klessyo Freire

REFERÊNCIA

American Psychiatric Association. (2023). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição, Texto Revisado (DSM-5-TR).Washington, DC: American Psychiatric Association Publishing.

Carvalho, R. (2023, 8 de julho). Por que o Brasil tem a população mais ansiosa do mundo. BBC Brasil online, disponível em: <https://g1.globo.com/saude/noticia/2023/02/27/por-que-o-brasil-tem-a-populacao-mais-ansiosa-do-mundo.ghtml>

Colombo, C.R. (2020). Ansiedade e Pânico. In: Tamelini, M; Messas, G (Orgs.), Fundamentos de clínica fenomenológica (pp-227-240). Santana do Parnaíba- SP, Manole.

López-Ibor, M.I, Zappino, J.P. (2019). Vital Anxiety. In: Fulford, K.W.M et al. (Orgs.), Oxford Handbooks in Philosophy and Psychiatry (pp- 582 591). Oxford: Oxford University Press.

Messas, G. (2021). The existential structure of substance misuse: A psychopathological study. Springer Nature, Switzerland.

Rodrigues, J.T. (2020). Angústia e Serenidade: A psicopatologia contemporânea em diálogo com Heidegger. Rio de Janeiro: Via Verita.

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