Quero pedir demissão!
Por que cada vez mais pessoas estão insatisfeitas e pedindo demissão de seus trabalhos?
Klessyo do Espirito Santo Freire
Desde a pandemia de Covid-19 têm acontecido um fenômeno apelidado por alguns veículos da mídia de “a grande demissão”. Um número alto de pessoas têm pedido demissão de forma voluntária, relatando uma insatisfação com o seu trabalho. Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (TEM) trazem que no Brasil as demissões voluntárias bateram o recorde em 2023, registrando 7,3 milhões de pessoas, 34% dos 21,5 milhões de desligamentos ocorridos no período (Ramos, 2024). As razões do ponto de vista psicológico são diversas, desde a escolha profissional até o sentido que o trabalho tem para determinada pessoa. Existe uma crença de que a pessoa precisa amar o seu trabalho, o que traz um peso em estar apaixonada por sua profissão. Aquilo que traz satisfação na carreira para uma determinada pessoa pode variar, desde a remuneração até o reconhecimento social (Freire, Hessel, Dazzani & Marsico, 2022; Pires, Ribeiro & Andrade, 2020).
“Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (TEM) trazem que no Brasil as demissões voluntárias bateram o recorde em 2023, registrando 7,3 milhões de pessoas, 34% dos 21,5 milhões de desligamentos ocorridos no período”
O mundo do trabalho tem passado por diversas mudanças nas últimas décadas. O mundo globalizado, a popularização e expansão da internet e, mais recentemente, a expansão da inteligência artificial (IA) em diversas profissões são fortes exemplos dessas mudanças. Os vínculos trabalhistas têm mudado, de modo que hoje se fala muito mais em carreira do que em trabalho, permitindo uma compreensão mais ampla sobre a dimensão profissional na vida de alguém. A carreira diz respeito não somente às escolhas profissionais que uma pessoa faz ao longo de sua vida, mas também aos sentidos da sua profissão e do seu trabalho dentro do seu contexto social (Pires, Ribeiro & Andrade, 2020). Com a Covid-19, as pessoas passaram a valorizar outras dimensões da sua vida para além de, somente, o trabalho em si. Preocupações com a saúde mental, qualidade de vida, tempo para lazer e outras questões passaram a ser predominantes, especialmente para as pessoas que estão na faixa etária entre 20 e 40 anos. Muitos jovens têm dificuldades de entrar no mercado de trabalho justamente devido às dúvidas sobre se vão conseguir alcançar a qualidade de vida que desejam com sua profissão. O estilo de vida tem sido uma preocupação cada vez maior na escolha da carreira, especialmente de quem está saindo da faculdade e entrando no mercado de trabalho, bem como de pessoas que querem fazer uma transição de carreira (Freire, Hessel, Dazzani & Marsico, 2022).
Portanto, isso traz um grande desafio não somente para as empresas, mas também para a maneira como as pessoas lidam com suas próprias carreiras. As empresas precisam investir em saúde mental no trabalho de maneira ampla, desde o atendimento psicológico para os funcionários até ações que contemplem o clima organizacional e a satisfação dos colaboradores. Já as pessoas precisam pensar na carreira de maneira ampla, buscando o sentido da trajetória profissional relacionado ao estilo de vida que desejam ter. As empresas podem ter a assistência de psicólogos organizacionais e clínicos visando auxiliar no atendimento aos funcionários e no desenvolvimento de um ambiente de trabalho que traga satisfação aos seus colaboradores, consequentemente aumentando a produtividade e diminuindo a rotatividade. Além disso, as pessoas podem buscar apoio psicológico por meio de psicoterapia e orientação de carreira com o objetivo de alcançar uma carreira sustentável, com mais sentido e afinada com o estilo de vida que desejam ter.
Trabalho com orientação de carreira e psicoterapia voltada para transição e orientação de carreira. Tenho experiência de anos com esse público. Caso tenha interesse, lhe convido a conhecer meu site e conversar comigo via whatsapp.
Klessyo Freire é psicólogo (CRP 06/209784), psicoterapeuta (na modalidade online e presencial na cidade de São Paulo), supervisor clínico, orientador de carreira, pesquisador e professor. Tem formação em clínica fenomenológica-existencial pelo Instituto Fenomenológico Existencial do Rio de Janeiro (IFEN) e em orientação e transição de carreira pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC- SP). É também mestre em Educação e Doutor em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). No plano profisisonal, também tem coordenado serviços de atendimento psicológico breve e atuado como gestor e empreendedor nas áreas de formação continuada e saúde mental. Foi professor de cursos de graduação e pós-graduação e é sócio-fundador, professor e supervisor da Rede Existências, Escola de Formação Continuada em Psicologia. Contato: e-mail [email protected], telefone e whatsapp (11) 91182- 0481, instagram @psi.klessyofreire e site www.drklessyofreire.com.br.
Referências
Freire, K.E.S,. Hessel B.R.C.C.B.A,. Dazzani, M.V,. Marsico, G. (2022). Desigualdadesocial, adultez emergente e saúde mental: uma análise a partir de um caso clínico atendido em um projeto de acolhimento psicológico. Rev. bras. Psicoter, 24(3), 13-26. DOI: 10.5935/2318-0404.20220031.
Pires, F.M,. Ribeiro,.M.A; Andrade,.L.A. (2020). Teoria da Psicologia do Trabalhar: umaperspectiva inclusiva para orientação de carreira. Revista Brasileira de Orientação de Carreira, 21 (2), 203- 214. DOI: 10.26707/1984-7270/2020v21n207.
Ramos, M. (2024, 15 de fevereiro). Demissões voluntárias batem recorde no Brasil com mais de 7 mi em 2023, mostra levantamento. CNN Brasil online, disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/demissoes-voluntarias-batem-recorde-no-brasil-com-mais-de-7-mi-em-2023-diz-estudo/ >